domingo, 23 de abril de 2023
sábado, 8 de janeiro de 2022
segunda-feira, 16 de novembro de 2020
A “Esquerda iludida” e o teatro da "Democracia Liberal". Um resumo da tragicomédia.
A “Esquerda iludida” e o teatro da "Democracia Liberal". Um resumo da tragicomédia.
(por Paulo Vinícius)*
(A "Democracia Liberal Representativa" é o jogo da
burguesia, não há possibilidade efetiva de mudança dentro desse
jogo).
Para
vencer uma eleição, dentro do esquema da "Democracia Liberal
Representativa", é preciso dinheiro e manipulação ideológica.
.O
dinheiro tem duas principais fontes: fundo público partidário+fundo eleitoral (os
maiores partidos ganham mais) e “Caixa 2” (de onde vem muita
grana).
.A manipulação ideológica é feita por intermédio da mídia privada de massa , internet e igrejas (tudo com muita grana rolando) e envolve especialistas em propaganda, psicologia, ciências sociais, mídia.
A
"Esquerda" socialista radical não tem dinheiro e nem meios
eficientes de propagação ideológica, portanto, dentro do que
alguns ainda chamam "Esquerda" só a "Centro Esquerda"
ou "Esquerda Institucionalizada" tem alguma chance de
vencer eleição, por fazer acordos com a classe burguesa, recebendo
financiamento de empresas privadas interessadas em usar o aparato
estatal para seus próprios interesses por intermédio de seus
fantoches políticos patrocinados. Resumindo, temos aí uma farsa.
Quando
a "Centro Esquerda" vence, está já comprometida com os
interesses da burguesia, foi assim com o PT que fez acordos com
Odebrecht, OAS, JBS, José de Alencar (grande empresário, do Partido
Liberal) vice de Lula, e alianças com PP de Maluf, PMDB e até o
Bolsonaro (na época no PP, antiga Arena) foi da base do governo
Lula; PSC de Feliciano, Collor, Renan Calheiros, Sarney...Gente que
depois pulou do Titanic como era previsto. Isso infelizmente é
história.
A “Centro Esquerda” no poder é útil para
maquiar o sistema e evitar a revolta popular , sabotando a luta
sindical e desmontando a resistência.
No
momento a classe dominante não precisa da “Centro Esquerda”,
pois a Direita política conseguiu fazer uma boa propaganda
ideológica e "torrar o filme da Esquerda"; agora é
"bonito" o sujeito assumir-se como "Direita", e
por mais canalha que o indivíduo seja a massa aplaude; o povão
aceita essa conversa sem questionar e os atores políticos da suposta
“Esquerda” não conseguem rebater adequadamente o discurso dos
Conservadores, ficaram com “vergonha” da própria ideologia,
escondem até a cor original de suas bandeiras e símbolos.
Mas, se houver ameaça de revolta popular, anotem aí: a
“Centro Esquerda” pode voltar para aliviar a situação e conter
a revolta, isso já aconteceu outras vezes na história. Políticas
de "Estado de Bem-Estar Social" são exemplos do que
menciono aqui, isso aconteceu na Europa ainda na primeira metade do
século XX para evitar o avanço das ideias socialistas (por temor à
expansão soviética) e até mesmo no Brasil na era Vargas e depois
na era Lula. Claro que isso sempre soa como "menos pior" se
comparado a tragédia que é um governo declaradamente de Direita,
mas tudo faz parte do roteiro. Notamos neste ponto o poder cego do
“povo” (do qual a maior parcela é formada pela classe
trabalhadora desorganizada); força essa conduzida pelas emoções e
manipulação ideológica, mas que pode “despertar” diante de uma
situação de sofrimento e intensa exploração para acabar sendo
iludida ou reprimida pela classe dominante que controla o aparato
estatal, pois falta a chamada “consciência de classe” e as
“organizações” políticas que se autoproclamam “representantes”
dos “trabalhadores” não conseguem insuflar a base (dado que
estão distantes da periferia ou não conseguem comunicar suas
propostas de forma eficiente e persuasiva).
Quando acontece
algum furo nesse esquema, aí entra em cena o recurso do golpe de
Estado,atentado, apelo à manipulação jurídica, por exemplo, ou
até mesmo a difamação apelativa com show de “fake news”.
Há divisões na burguesia, concorrência entre empresas, então, quando vence um partido ou coligação "x" contra uma "y", isso indica muitas vezes qual ala da burguesia teve mais força no jogo, tal como acontece nos EUA entre "Republicanos" e "Democratas", fantoches da burguesia estadunidense em um grande circo político. A ilusão é muito bem elaborada, é preciso que a população legitime o jogo, isso acalma possíveis revoltas e insatisfações , dando uma "colorido" democrático fantasioso para o sistema e funciona muito bem, a ponto de que parte da militância de “Esquerda” cai na armadilha com frequência.
A "Democracia Liberal Representativa" é o jogo da
burguesia, não há possibilidade efetiva de mudança dentro desse
jogo para quem ainda carrega ideais socialistas "tradicionais". Com o avanço das novas tecnologias de propagação de
"informação", tecnologias de monitoramento,
somado às armas cada vez mais avançadas (que a Esquerda Socialista
não tem), a cada dia fica mais difícil quebrar com o esquema. A
"Esquerda" (socialista sincera e que deseja alguma real
mudança) está perdendo "o bonde da história"( para não
dizer que já perdeu).
Quando parte da “Esquerda” aderiu às
eleições no modelo liberal, abrindo mão de outras vias de embate,
optou pela derrota dos ideais que dizia defender. Para tentar começar a vislumbrar uma possibilidade de fuga do labirinto no qual se meteu, se faz urgente para a pretensa Esquerda a busca por novas estratégias partindo de uma autocrítica profunda, caso contrário o problema tende a se agravar de forma irremediável.
*(Professor de Filosofia e Sociologia; Antropólogo e Cientista Político).
sábado, 7 de novembro de 2020
Teatro da Democracia Liberal Representativa da “Silva Sauro” e as eleições nos EUA.
Trump é (pois ainda não saiu da Casa Branca ) uma piada na presidência da maior potência capitalista e bélica, mas conseguiu chegar a tal posto de "fantoche máximo", pois representava (representa) interesses de parte da burguesia estadunidense, preocupada com os avanços chineses.
Na legitimação duvidosa das urnas nos EUA, Trump (e os "conservadores" que o seguiam), apostou (seguindo orientações do ideólogo Steve Bannon, patrocinado por famílias de uma ala da burguesia estadunidense) na reação de parte da população contra os exageros pseudo-progressistas da falsa “Esquerda Liberal” (insuflada pelos Democratas) e quem os patrocina; o que deu certo uma vez, agora "não rolou".
Com o “Democrata” Biden, volta a estratégia da "maquiagem no sistema", falsa diplomacia, discurso para agradar militância e passar seriedade "democrática", quando, na verdade, o que de fato ocorrerá é a volta da expansão imperialista estadunidense.
Para os EUA poderá ser positivo a volta dos Democratas neste momento (no entanto, para voltarem aos eixos terão que continuar com o protecionismo “trumpista”, evitar medidas liberais na economia, investir pesado em mais tecnologia para competir com as indústrias chinesas e explorar países subdesenvolvidos como sempre fazem) , pois estavam em decadência. Mas para o mundo provavelmente não será bom, com exceção do Brasil onde o desprezível Bolsonaro vai sentir o baque, já que ficará, em um primeiro momento, sem a tutoria dos conservadores estadunidenses representados por Trump, portanto isso poderá enfraquecer o canalha na presidência do Brasil e nos dar algum alívio momentâneo (caso ele não reaja de forma desesperada e violenta) .
Há, de um certo ponto de vista, uma satisfação pela derrota de Trump. É simbólico a derrota de um sujeito que representa tanta estupidez, um cara realmente escroto, o “Bolsonaro dos EUA”, mas há um outro lado dessa história que é o que pode vir por aí...
Parte da militância de Esquerda festeja sem crítica, tal como festejaram Obama ( o do governo que espionou Dilma, bombardeou a Líbia, patrocinou a primavera árabe e guerra na Síria, aquele do governo denunciado por Snowden) , pois esses expectadores se impressionam com qualquer coisa aparentemente impactante que acontece no palco propagado pela mídia privada de massa. Alguns, na verdade, deveriam assumir que defendem valores “liberais”, pois, de "socialismo" pouco falam, simplesmente aceitam o teatro da “democracia liberal representativa” sem analisar criticamente a situação. No Brasil se iludem com fantoches de partidos de Centro Esquerda que estão inseridos no sistema e boa parte dessa militância só repete a ideologia da Esquerda Liberal dos EUA (sim jovem, existe "Esquerda Liberal", aliás os liberais foram a "primeira Esquerda da história" nos primórdios da Revolução Francesa), a tal "cultura do cancelamento" e linchamento virtual, a "lacração", movidos pelas ondas incitadas estrategicamente nas redes sociais (pelas forças "ocultas" como dizia Getúlio).
Todo governo ( em sociedades capitalistas, em especial) representa os interesses de quem controla o capital e detém a propriedade privada dos meios de produção, controla as armas, a mídia, a religião e manipula as mentes das pessoas via tecnologia de comunicação e similares...
O Estado é
conduzido por fantoches patrocinados por mega empresas privadas, e
seu poder repressivo sempre será usado contra os interesses da
classe trabalhadora e de quem desejar liberdade, independente de qual
for a cor da bandeira no topo, e isso precisa ser lembrado
diariamente.
Prof. Paulo Vinícius.
sexta-feira, 24 de julho de 2020
Triunfo da Poesia.
("Nascimento da Arte" de P.Vinícius) |
quarta-feira, 22 de julho de 2020
Filósofos da Natureza: Empédocles, Demócrito, Anaximandro.
Anaximandro : final do século VII, início do século VI AC, 610 — 546 a.C. (Mileto, atual Turquia).
Empédocles: 495 a.C. - 430 a.C (Agrigento atual Sicília/Itália).
Demócrito: 460 a.C. — 370 a.C (Abdera/Trácia).
sexta-feira, 17 de julho de 2020
A tragicomédia contemporânea brasileira, em resumo. De 2013 a 2019.
A tragicomédia contemporânea brasileira, em resumo.
Das manifestações de junho de 2013 ao governo Bolsonaro em 2019.
por
Paulo Vinícius Nascimento Coelho
(Professor de Filosofia e Sociologia; Cientista Social; Especialista em Pensamento Político).
quarta-feira, 15 de julho de 2020
A "Ética a Nicômaco" de Aristóteles.
terça-feira, 7 de julho de 2020
Apontamentos sobre Anarquismo: embates com o Marxismo e o uso do termo “Esquerda”.
Como os partidos socialistas marxistas de várias tendências, os movimentos anarquistas são classificados tradicionalmente dentro do espectro ideológica da "Esquerda", exatamente por estarem alinhados ao movimento socialista mais abrangente.
Não tenho problemas com o uso do termo "Esquerda", mas quem o rejeita, alegando ser "apenas uma convenção criada na segunda metade do século XVIII, durante a Revolução Francesa, para identificar a parte mais radical do movimento liberal", tem alguma razão; no entanto, não me parece muito importante polemizar isso, desde que se compreenda que , desde o século XIX "Esquerda" inclui os movimentos socialistas e é preciso recordar, também, que dependendo da circunstancia ou lugar, “Liberais” ainda são vistos como “Esquerda” (nos EUA, por exemplo). Temos, então, uma questão de esclarecimento filosófico e histórico; um problema de “esclarecimento sobre o uso do termo” e sobre qual seria a real necessidade de seu uso, visto que se trata de uma mera terminologia para organizar o debate político segundo um espectro ideológico.
Dado que o Estado é "uma ferramenta de controle e imposição de interesses, da classe dominante sobre as demais" (no capitalismo a classe burguesa), se uma classe substituir a outra no controle do Estado ainda teremos o uso do Estado como "ferramenta de opressão e controle social", configurando uma ditadura. Marx reconhecia o papel autoritário do Estado, por isso apontava no capitalismo a "ditadura da burguesia no controle do Estado" e se os trabalhadores chegassem ao poder teríamos, então, obviamente, a "ditadura do proletariado", visto que no socialismo de viés marxista o Estado seria mantido por um tempo até ser possível sua dissolução e finalmente o comunismo propriamente dito. Mas é infelizmente verdade que, na prática, os "supostos regimes marxistas", ou que diziam se inspirar no marxismo, viraram "ditaduras permanentes", dado que não dissolveram o Estado e não avançaram ao comunismo (há muitas supostas justificativas para tal, como por exemplo : uma situação de "guerra" permanente contra as nações capitalistas, pois, para se concretizar realmente o ideal comunista o mundo todo deveria chegar ao mesmo patamar; o fato é que as “elites dirigentes” dos partidos auto-denominados marxistas se mantiveram no controle do aparato Estatal em países como Cuba, URSS, Coréia do Norte, impondo violentamente seus interesses sobre a classe trabalhadora que diziam “representar”).
Por sua vez os trotskystas (divididos em inúmeras tendências) fundam "algumas" "Quartas Internacionais" e partidos que irão disputar eleições e sindicatos (como PSTU, que segue o trotskysmo de Nahuel Moreno) ou correntes que participarão de partidos reformistas como PSOL e Centro-Esquerda eleitoreira e reformista como PT.
A proposta anarquista (há muitas, mas vamos destacar uma) com relação ao Estado, durante o processo revolucionário, é substituir imediatamente a estrutura estatal por formas de organização autogestionárias, seguindo modelos de democracia direta e assembleias populares, com coletivização imediata dos meios de produção, formando comunas (internamente organizadas com base em sindicatos ou cooperativas e assembleias populares) interligadas em um sistema federativo, armando toda a população para a defesa da "federação de comunas". Tal modelo poderia assemelhar-se a um "Estado" como alguns críticos apontam, mas, dado que a horizontalidade decisória deve ser o pilar e a participação ativa de todos os integrantes desse modelo de sociedade deve ser buscada, a ideia de "instituição de controle e de opressão de uma classe sobre as demais" (características de Estado) tenderia a ser dissipada, embora, alguém poderia dizer também que os anarquistas teriam que usar algum tipo de "disciplina de controle" para impedir a implosão do modelo, devido a ataques internos de inimigos disfarçados ou declarados e para melhor poder enfrentar inimigos externos que obviamente iriam continuar existindo, até que tal modelo fosse estendido a todo o globo ( o que me parece uma utopia distante e muito difícil de ser realizada, infelizmente). Tal modelo exigiria "consciência de classe" o que, para alguns anarquistas, só poderá surgir depois de intenso processo de educação para a autonomia, já outros apostam em um tipo romântico de "espontaneísmo" ou que é necessário "dar algum exemplo" para despertar a revolta, incitar revolta na base da classe trabalhadora... Tudo isso é especulação já que não temos exemplos da implantação dessas propostas em grande escala na história, apenas experiências locais em pequenas comunidades (o que já impõe outro modelo).
Quando grande parte da "Esquerda" decidiu aderir ao jogo da "democracia liberal representativa" a derrota foi decretada, sair desse sepulcro será difícil.
Talvez um dia surja uma possibilidade real de transformação das sociedades humanas para algo mais positivo (não sabemos quando), o anarquismo (ou os anarquismos) trazem propostas para tal. A humanidade precisa mudar seu rumo, pois, se continuar neste ritmo do "capitalismo voraz", o fenômeno humano estará fadado a aniquilação ou a aprofundar suas mazelas ao deteriorar sua própria condição de vida no planeta, flagelando a si mesmo como espécie. A possibilidade da mudança não cairá do céu, cabe a nós construirmos a estrada, desenvolvermos alternativas.
A bandeira anarquista ostenta ainda um "otimismo" com relação a possibilidade da espécie humana libertar-se das armadilhas que criou para si mesma ou, sob outro ângulo: a esperança na possibilidade da maior parte da humanidade se levantar contra a ganância e estupidez de uma minoria que suga o esforço de bilhões e atrapalha o desenvolvimento pleno das potencialidades criativas da espécie (o que apenas em uma situação de liberdade, ausência de exploração e opressões, quando os meios de produção estiverem ao serviço de toda a espécie e as mazelas de cunho material forem resolvidas, poderá se aproximar da efetivação).
segunda-feira, 6 de julho de 2020
Literatura, uma arte para pensar aspectos da realidade.
https://www.mixcloud.com/paulo-vin%C3%ADcius7/literatura-uma-arte-para-pensar-aspectos-da-realidade/ (PODCAST)
Como estamos integrados a um mundo (falando aqui do Universo-Natureza que tomamos como “realidade”, a “phýsis” dos “Filósofos da Natureza”; uma realidade dada, mas, sobre a qual pouco temos controle e conhecimento aprofundado) é comum levarmos em consideração, ao lermos uma obra literária, o contexto social, político, histórico e cultural onde o autor da obra estava mergulhado quando a produziu, e mesmo que, de nossa parte, como leitores, não demonstrássemos preocupação com isso (embora, ela esteja sempre implícita até quando não sublinhada, dado que tais informações são necessárias para que nossa mente decodifique o que está lendo), não há dúvidas de que o escritor(a) sofreu as influências do meio onde estava inserido e processou tais influências de acordo com seu arcabouço conceitual, bagagem de informação e subjetividade (para resumir).
sexta-feira, 3 de julho de 2020
Breve discurso niilista com cicatriz de falsa esperança fustigada pelo inverno.
Uma “rede social”, um blog, um canal de vídeo, são distrações que nos trazem a ilusão de que podemos realmente fazer alguma diferença no jogo político e no "teatro humano" ao expressarmos opiniões escancaradas no "mundo virtual" das aparências, o que não passa de engodo, tempo pelo ralo, pois, para quem realmente controla Estados e o Mercado, nossas opiniões não fazem nem "cócegas". Para "eles" somos meros números e nem isso talvez.