segunda-feira, 30 de novembro de 2015

documentário " Trabalho interno"

http://3000filmes.com/trabalho-interno-legendado/


Sinopse:Narrado por Matt Damon, o documentário revela verdades incômodas da crise econômica mundial de 2008. A quebradeira geral, cujo custo é estimado em US$ 20 trilhões, resultou na perda do emprego e moradia para milhões de pessoas. Com pesquisa e entrevistas, o filme revela as corrosivas relações de políticos, agentes reguladores e a Academia.Assistir Trabalho Interno Online Filme Dublado

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Analisando brevemente o argumento "ontológico" de Plantinga, que tenta provar pela lógica a existência de "deus" .

Analisando brevemente o argumento "ontológico" de Plantinga, que tenta provar pela lógica a existência de "deus" ( as premissas do argumento estão identificadas com seus devidos números em sequência, entre parenteses estão meus comentários):
1-É possível que deus exista
( só podemos afirmar isso baseados na noção de que a racionalidade humana tem limites, que ,talvez, nossa capacidade racional não seja capaz de compreender toda a realidade, ou seja, esse é um reconhecimento de ignorância, não do mérito da hipótese; trato desse ponto um pouco mais, abaixo, após a análise do argumento)
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2-Se é possível que deus exista então deus existe em alguns mundos possíveis ( mais uma hipótese nada consistente, temos aqui novamente uma hipótese baseada no reconhecimento dos "limites de nossa racionalidade" ( é possível que deus exista, já que não tenho certeza absoluta que ele não existe, já que a razão tem limites ...) somada a uma outra hipótese nada consistente que é a hipótese de "mundos possíveis": qual a possibilidade de que existam mundos possíveis além da mera imaginação hipotética ? Alguém pode mencionar a possibilidade de "universos paralelos", "multiverso ", mas, além de não termos
certeza alguma sobre essas teorias da astrofísica , poderíamos muito bem afirmar que a totalidade desses possíveis "universos paralelos" são nada mais que o próprio universo, podemos usar o termo totalidade existente para isso e ainda teríamos os "mundos possíveis" incluídos nessa totalidade, como hipóteses na mente de "entes racionais" que existem no universo real, meras hipóteses e produtos da imaginação...Como conhecemos apenas esse mundo no qual vivemos, essa hipótese é muito fraca e desnecessária.
-Alguém, também, poderia mencionar que "mundos possíveis" são apenas uma hipótese lógica: ok, assim realmente é, mas, o próprio argumento relaciona mundos possíveis com "mundo real", afirmado logo mais que " se deus existe em alguns mundos possíveis , então, deve existir no mundo real...", para analisarmos essa afirmação bolei um argumento simples para mostrar que podemos chegar a algo mais interessante se substituirmos a palavra deus por universo :
-há a possibilidade de outros mundos possíveis
-todos os mundos possíveis são o que chamamos universo (incluindo a possibilidade de universos paralelos e mundos imaginados pela mente humana, a própria mente humana e tudo que existe; a totalidade...)
-aquilo que é "todos os mundos possíveis" e todas as coisas, é absolutamente perfeito.
-o que é absolutamente perfeito é um deus.
-logo, o universo é deus .
se o universo é deus, tudo é deus.
-se tudo é deus não há diferença entre entes superiores e inferiores , há apenas deus.
-se há apenas deus e tudo é deus, nós somos deuses e até essa página é um deus e o mosquito que aqui está voando também...
-se tudo é deus, então nada é deus, pois, para haver deus ele tem que ser superior há algo; assim a hipótese deus perde o sentido, pois, se tudo é deus sugere que afirmar que nada é deus, também, é correto.
-logo , não há deus... )
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3-Se deus existe em alguns dos mundos possíveis ou algum, então, deus existe em todos os mundos possíveis.
(supondo que deus seja uma entidade com qualidades perfeitas absolutas, - deveríamos usar o termo Ser, então, no lugar de entidade - se deus fosse o Ser, onipotente, onipresente, onisciente , etc, existir parece ser uma qualidade necessária para esse Ser, mas estamos lidando com mais uma hipótese sobre o que a mente humana imagina ser um deus absolutamente perfeito , uma mente limitada arquitetando um projeto de divindade, mas, esse não é o único problema aqui, temos sim incompatibilidades desse conceito para com a realidade observável e incoerências internas da própria definição de deus que o torna inviável, vamos ver :
-Se deus é perfeito, como pode criar coisas imperfeitas, se você recorrer a ideia de "livre arbítrio" , temos aí mais um problema , para existir liberdade é necessário o acaso, o que pressupõe que algo escapa ao controle de deus, ele não poderia realmente saber o que vai acontecer em todos os instantes no universo inteiro, se entrar o acaso na jogada, logo a onisciência não seria mais uma qualidade divina... Quanto a onipotência , o velho paradoxo da "pedra mais pesada que deus que ele não poderia criar" , acaba com essa qualidade de forma bem simplória e quase ridícula, porém, lógica.
- Outro problema é como algo pode surgir do nada, isso vale tanto para deus quanto para o universo supostamente criado por esse deus, pois , se deus criou algo, sendo que só existia ele e o nada antes do universo, então ou ele é o próprio universo ou ele criou o universo do nada, o que é absurdo... Se ele for o próprio universo, caímos no panteísmo que desqualifica a divindade, pois, se tudo é deus, então, dá no mesmo afirmar que nada é deus...
-Supor que algo "surge do nada" ou que "sempre existiu" anula a possibilidade de análise lógica sobre tal afirmação; são as antinomias da razão como diria Kant.
- Outro problema : como um ente imaterial pode criar algo material-físico como o universo, já que duas coisas de naturezas absolutamente distintas não podem nem mesmo se tocar... Por exemplo, eu posso soprar uma folha de papel, posso tocá-la, poso colocar um laser sobre ela e queimá-la, pois, todas essas coisas são materiais , mesmo a luz é partícula e onda, o ar é material, minha mão é material e a folha também é material(feita de átomos; física), agora se eu fosse um "espírito" imaterial jamais poderia mover uma folha de papel (essa Descartes compreendeu e por isso teve que recorrer a uma hipótese absurda para solucionar o problema levantado por sua teoria que assumia a mente humana como algo imaterial "Como um "eu" imaterial pode mover um corpo material", Descartes disse, então, que deus é que estabelece a conexão entre a "mente pensante" e o corpo material, sem dúvida algo muito estranho) .
-Sobre a questão do "mal no mundo" e a perfeição divina: se há "mal" no mundo ( embora isso seja na verdade apenas um ponto de vista da moralidade humana que depende de influências culturais...Mas, supondo que realmente há "mal no mundo", que isso existe independente das perspectivas relativas humanas...) esse mal só poderia ter como fonte o criador, caso contrário seria, então, algo independente de deus e não criado por ele, como uma outra realidade que seria criada por um outro deus ( seguindo a hipótese teísta de que há criação do universo...) e mesmo que se diga que o mal é a "ausência de deus " temos
mais problemas ainda,pois, aí deus não seria onipresente ; se o mal é o distanciamento de deus ou a negação de deus, além de deus não ser mais onipresente , também , encontramos aí uma outra natureza diferente de deus que não teria sido criada por ele, o que acaba com a hipótese do deus criador , onipotente, absoluto etc)
(as demais premissas e a conclusão abaixo se anulam a partir disso... )
4-se deus existe em todos os mundos possíveis, então, deus existe no mundo real
5-se deus existe no mundo real então, deus existe
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Sobre os limites da racionalidade :
Lembrando I. Kant, esse filósofo, argumenta que não podemos pensar "deus", pois estaria além dos limites de nossa possibilidade de entendimento racional...Bom, se assim é ( e concordo que temos limites em nossa capacidade racional e perceptiva),se assim é, então: acreditar em deus se reduz a um simples posicionamento moral baseado em uma crença no vazio, pois, deus não se manifesta para nós e não podemos pensá-lo nem percebê-lo (caso contrário, se pudéssemos percebê-lo, seria algo sujeito à análise racional de alguma forma) .
Uma crença baseada na ignorância que temos sobre o que não percebemos é , no mínimo, um posicionamento moral muito problemático e desnecessário, que só gera mais problemas que soluções, na verdade, como a história humana atesta muito bem...Mas, e se mesmo assim pudéssemos percebê-lo de alguma forma, porém, não pensá-lo adequadamente, por ser algo tal como a ideia do “infinito”, a crença estaria baseada na simples admiração para com o absurdo de uma ideia nebulosa. Deixo aqui de lado os motivos psicológicos para a crença na divindade, pois, esses nada demonstram sobre a existência ou não de um deus.

P. Vinícius