terça-feira, 22 de outubro de 2013

MAR

MAR


tudo está vivo
a cidade pulsa como uma planta carnívora ,
bactérias dançantes deslizam em suas folhas acinzentadas


a poesiasofia arranha o mundo entorpecido,
todos os caminhos do universo devem vibrar
organica-mentes

a coruja canta sobre o formigueiro

tudo irá despertar

brilhando em todos os entes, todos os budas,
consciências do SER

o lado escuro ,
a sombra domada pela arte
se renderá a poesiacrua

a máquina servirá ao sonho
ao arco-íris onde a estrela revela sua consciência

abrir as portas
romper as correntes ,
cortar os tentáculos venenosos do sistema

as asas insones jamais cessarão de soprar


paulo vinícius



Não é o capitalismo que gera tecnologia de ponta e produtos deslumbrantes, quem faz isso tudo são os trabalhadores, a mão de obra explorada que muitas vezes no fim de todo processo de produção não conseguem nem mesmo consumir o que fizeram ou são explorados como consumidores, também, quando podem comprar alguma coisa com seus parcos salários...



Existe uma possibilidade de a loucura estar sabiamente caminhando sobre uma tensa corda esticada acima de uma piscina onde caíram e adormeceram os cavalheiros acinzentados da praça industrial.

Há um tempo atrás li um texto de um filósofo pelo qual tenho grande
admiração, ele dizia que o olhar de um sábio é semelhante ao olhar
de um louco. Também há algum tempo tenho pensado sobre a relação
entre loucura e genialidade...Nietsche, John Nash, Van Gogh, Poe,
Beethoven, a lista é grande !!!
Genialidade e sabedoria nem sempre são a mesma coisa, mas
costumam andar abraçadas em romances literários e reais. Talvez
o ato de a sociedade denominar alguns entes como "homens loucos"
seja uma insanidade massiva, e quem sabe os respeitáveis e influentes
senhores de bem da comunidade, sempre preocupados paranoicamente
em manter uma postura sóbria e ponderada estejam nesse momento
encerrados no banheiro fazendo caretas e conversando com os azulejos,
já que se encontram longe da platéia podem ser honestos e expressar
seu desequílibrio psicológico tão bem camuflado na postura sisuda do dia
a dia.
Também é provável que os esquizôfrenicos, psicóticos e desajustados, geralmente
maltrapilhos e cambaleantes, estejam agora, devorando livros, pintando
e criando obras que já nascem póstumas, como diria o filósofo alemão
que declarou a morte de Deus.
Existe uma possibilidade de a loucura estar sabiamente caminhando sobre
uma tensa corda esticada acima de uma piscina onde caíram e adormeceram os
cavalheiros acinzentados da praça industrial.

Claudio Homrich