Educação e Transformação Social.
A Educação pública, se encarada
como ferramenta de transformação social ( voltada para a construção coletiva de
conhecimento), pode ser base fundamental para impulsionar o esclarecimento da
classe trabalhadora (a maior parte da população, a força de trabalho que
realmente gera riqueza e sustenta toda a sociedade, mesmo submetida a
exploração, sob a égide de um modo de produção - o capitalismo - calcado sobre
a hierarquia de poder e desigualdade).
Escolas precisam ser espaços de
diálogos constantes, lugares propícios para o desenvolvimento intelectual e
emocional, onde a arte, filosofia e as ciências (como produtos da criatividade,
imaginação e racionalidade humana) devem ser permanentemente moldadas pela
colaboração e interação de todos, em construção coletiva, erigida sobre a
herança cultural universal da humanidade.
O desenvolvimento da autonomia
racional e criativa da pessoa humana deve ser o objetivo máximo de toda
educação, destacando sempre que, tal só pode efetivar-se na interação
harmoniosa, construtiva e cooperativa, entre indivíduo e sociedade.
Sabemos que, no contexto do
capitalismo (internacionalizado no processo de globalização), a educação sofre
submetida aos ditames do mercado, o qual força o Estado a servir aos interesses
da classe que hoje ainda controla os meios de produção e a mídia privada.
Uma educação para formação de mão
de obra “acrítica e passiva” é a consequência da implementação dos projetos
liberais (no âmbito econômico), combinados ao conservadorismo no campo da
política institucional, que pesa e tenta moldar a sociedade através do poder
estatal, somado à forte influência da ideologia propagada por intermédio dos
meios privados de comunicação de massa. Romper com esse “esquema de controle e
adestramento de comportamentos”, que impede o florescer da consciência de
classe entre os(as) trabalhadores(as) e poda o pleno desenvolvimento
intelectual de milhões de pessoas, é tarefa urgente!
Precisamos lembrar que, sem ação
colaborativa, sem soma de forças, é inviável a luta contra o poder da classe
dominante que controla direta e indiretamente o Estado. De forma isolada não
podemos avançar muito na luta; embora, toda ação individual seja extremamente
relevante, é coletivamente que vamos efetivamente transformar a realidade.
Como professores (as) e
funcionários (as) de escolas, temos responsabilidade no processo de tomada de
consciência da classe trabalhadora, pois, estamos em contato direto com a
propagação do conhecimento científico, filosófico e da arte, nas escolas
públicas que atendem os filhos das famílias de trabalhadores (as), participando
em uma etapa importante no desenvolvimento intelectual desses jovens, os quais,
depois, irão ingressar nas universidades e no mundo do trabalho, onde poderão
se aprofundar, ainda mais, na construção de conhecimento científico em prol da
humanidade e nas lutas da classe trabalhadora da qual fazem parte.
Não podemos jamais esquecer nossa
tarefa de colaboração na formação de sujeitos críticos, esclarecidos, autônomos
e cientes do papel que cumprem na sociedade, como membros ativos da comunidade
humana, visando à construção de uma sociedade livre e igualitária.
Paulo Vinícius
(Professor de Filosofia e
Sociologia na Escola Cilon Rosa).
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