quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Denúncia: Professores(as) em situação semelhante a trabalho escravo no RS.




Trabalho escravo.
Definição: Quando a pessoa é forçada ao trabalho contra sua vontade ou quando se encontra “presa” a uma relação de exploração (de sua força de trabalho) por contrair dívidas forçadas com quem a explora (em um trabalho “não pago” ou com valor abaixo do que a pessoa precisa para sua  adequada subsistência).

"Trabalho escravo" no magistério estadual do RS.
O governo do RS, ainda neste mês (dia 08 de agosto de 2019), não pagou professores(as), vem repetindo isso há meses e, na verdade, isso ocorre desde o governo anterior (Sartori-MDB-PSDB-PP-PSB e companhia).

No RS professores(as) e funcionários(as) de escolas estão com salários atrasados e defasados há anos, e não recebem de acordo com o “piso salarial do magistério” como a lei determina. A maioria dos professores recebem menos de 2.700 reais (para 40 h , 32 períodos de aulas semanais) e muitos com 20h recebem  menos de 1300 reais, sendo que, como já mencionado, o salário (defasado) não é pago corretamente em dia; o empobrecimento da categoria é explícito.

O governo mente para a população (com apoio da mídia privada, RBS e similares) de que o Estado do RS não tem recursos para pagar seus funcionários públicos, mas, ao mesmo tempo desperdiça dinheiro solicitado de bancos estrangeiros, não cobra grandes empresas sonegadoras de impostos (incluindo a RBS) e ainda libera isenções para empresas “amigas” e grandes latifundiários.

Recentemente o governo forçou a aprovação da privatização de estatais gaúchas que geravam lucro, uma fonte de renda perdida para contentar empresas privadas interessadas nesses “nichos de mercado”.

Professores(as) são obrigados a solicitar antecipação do próprio salário no Banrisul (banco controlado pelo governo estadual) como um empréstimo.

Muitos professores precisam retirar frequentemente empréstimos consignados para saldarem dívidas com o Banrisul ou garantirem pagamento de contas de água, luz, alimentos, combustível, etc.

Se o professor(a) está “no vermelho” (no negativo) no Banrisul ele(a) não consegue antecipar seu salário via internet e precisa ir até o banco , em uma situação humilhante e constrangedora, para solicitar antecipação de seu próprio salário!

Enquanto o governo estadual não paga o salário devido, o Banrisul vai corroendo em juros o que resta na conta do professor(a) ou aprofundando o saldo negativo , pois, continua cobrando a “dívida” mesmo sabendo que o governo estadual não está pagando salários!

Isso é "trabalho escravo"!

Professores(as) estão presos em uma situação de exploração vergonhosa e com dívidas que são intencionalmente planejadas pelo governo estadual (Eduardo Leite-PSDB-MDB-PP e companhia) o qual, de forma totalmente desrespeitosa para com os funcionários públicos (que estão com salários atrasados), nomeou recentemente uma nova diretoria para o Banrisul com salários “astronômicos” ( o presidente do Banrisul recebe agora 89 mil reais).

Banrisul vem obtendo lucros com o sofrimento dos funcionários públicos (em especial professores(as) e funcionários(as) de escolas) .


Resta-nos a desobediência civil, já que o poder judiciário (com salários altíssimos, juízes e promotores com quase trinta mil reais,  salários  em dia e auxílios de 4 mil até para moradia e 900 reais  para alimentação) não demonstra a mínima vontade de fazer a lei ser respeitada. 


A democracia é pisada diariamente no Brasil !

Professor (a), não trabalhe sem salário! Não colabore para sua própria humilhação e a degradação dessa importante profissão!

Há em andamento um projeto de destruição da intelectualidade no Brasil e sabotagem contra os serviços públicos que atendem à classe trabalhadora, estão atacando em especial a educação pública e no RS isso é algo bem claro (aqui o governo paga os piores salários, de todo o Brasil,  para os professores(as) ).
Não baixe sua cabeça para esses canalhas que estão no poder, você é um(a) professor(a) e a sociedade precisa de seu exemplo!




Paulo Vinícius 
(Professor de Filosofia e Sociologia em escola pública).

2 comentários:

  1. Importante manifesto, compartilho! Vamos nos mobilizar para um enfrentamento a esse desmonte - projeto de destruição da educação e do estado!

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  2. Exatamente. Escreveu tudo o que vivenciamos.

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