segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Sobre o mundo contemporâneo: Não é sobre ser livre. É sobre servir.


Domínio de si. Reforçamos como mantras que somos livres e agimos segundo nossos próprios e independentes princípios racionais. Até quando iremos com este devaneio autoilusivo? Uma vaidade que acima de qualquer coisa é produto do tempo presente.

Não raro julgamos ser os detentores da Razão e as soluções para conflitos do mundo. Um traço narcísico do tempo presente? Creio que sim. Uma vez que estamos inseridos em uma estrutura de pensamento neoliberal tão segura e sólida que o isolamento da consciência faz-nos crer que os circuitos de ideias e afetos não interagem com nossa psique, oras, o Ser atual é tão sujeitado as estruturas tirânicas que ditam como agir e o que pensar quanto os ratos dos testes behavioristas de Skinner.

Essencialmente o não-servir é atravessado por: Primeiro, identificarmos/problematizarmos nossa própria irracionalidade que direciona o debate e conduz o cotidiano da política. (Por exemplo: o medo e a esperança como motivadores para uma opinião “racional”.) Segundo, tratarmos os temas de construção social como elemento constitutivo do Eu e abandonarmos a falsa ideia de autonomia enquanto que os grilhões de uma servidão sofisticada de um programa neoliberal estiverem em nossa consciência.


Atualmente, não é sobre ser livre. É sobre servir, voluntariamente ou não. 

Felipe Lopes Rodrigues - Colaborador do Movimento Autonomia e Revolução 


Nenhum comentário:

Postar um comentário